segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Provavelmente o seu lado social não estará muito activo nestes dias.
Aproveite para estar só, para reflectir e encarar os seus medos de frente.




criarei um mundo novo sem pesadelos
a água onde me movo é feita de gelatina, e eu quero chegar a tempo não sei aonde e espreito e vou embora e caio
e as pessoas vêm e vão e já ficam tão poucas
a água não me deixa passar, cola, tapa, seca

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Génesis


recomeçar. festa. reencontros. vestido vermelho. eléctricos. chuva miudinha de madrugada. lágrimas, muitas lágrimas. recomeçar. declaração. abraço apertado. um dia triste ensonado. recomeçar. um filme aquém. uma noite bem dormida (finalmente!). um trabalho, como começar. estar em casa. o café da manhã. dormir com calor e arrepios. acabou. recomeçar. dormir, trabalho acabou. outro dia, outra semana. recomeçar. conto dias. conto dias para respirar e não sei porquê. recomeçar. um serão nosso, só nosso. chegou o Outono. gosto do estalar das folhas no chão. já cheira a terra húmida.
conto dias e não sei porquê.

(sinto-me motor que a cada passo que dá deve aquecer e respirar prof
undamente. recomeçar. deixem-me ir com eles.)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

2h de sono

2h de sono. tontura. por mim dormia até pro ano

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Vai que não vai

Correrias telefones aldrabices. E eu no meio.

Odeio telefones.
Hoje o meu sonho era uma marioneta gigante, colorida...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Depressão Sazonal

Enquanto o senhor da redbull falava comigo com uma voz charmosa pus-me a pensar e foi isso. Já sei. Eu sou uma depressiva sazonal. As folhas começam a cair e a estalar no chão, os meus cabelos também começam a cair e as larvas roem por dentro. É isso. Numa retrospectiva de anos passados de facto, agora que me ponho a pensar, foi sempre isso que aconteceu. Até o senhor querido no eléctrico comentou. Deve ser isso. Quando as folhas caem...

Não volta

Hoje sentei-me na esplanada, dantes amarela, agora amarela, laranja, vermelha, por curtos minutos. Subi as escadas em caracol, esperei na fila da secretaria durante tempo infinito. Reconheci rostos. Reconheci-nos a nós sobretudo. Os cafés, os cigarros, as cartas, o nervoso antes dos exames, as fartadelas da vida, conversa fiada, tardes boémias que se prolongavam até escurecer, programas combinados, desesperos, alívios, desilusões, surpresas, nós todos, só alguns, mais alguns, saudades de casa, ódio à terra, laços nascidos e crescidos por ali. Tive saudades, tenho saudades. As novas pessoas que vão estudar o mesmo que nós (não estudámos), estão eles em vez de nós. Já não estamos. Os livros na esplanada, os jornais espalhados. Uma volta no ar. Um abrir e fechar de olhos e estou ali sem estar, emaranhada nos recortes daqueles pedaços de vida passados ali.

e volta e passa e vem e vai e encontra reencontra e volta e passa e não volta e repete e remete e volta e passa e dança e alcança e morre e nasce e já não volta e encontra e perde e muda e teme e vai não volta agarra larga e passa e vem e não volta

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Olhos mortos

"Naquele tempo
Tu vinhas de noite à procura de amor
E eu fumando um cigarro
Esperava por ti
Quando chegavas
Abrias a porta sem me avisar
P’la noite fora
Ficavas abraçada a mim

Na cabana
Junto à praia
Entre as dunas e os canaviais
Só o vento
E o mar
E as gaivotas
Falam desse amor

Na cabana
... ... ...

Todos os anos
Eu volto em agosto ao mesmo lugar
Já uma hera
Cobriu a parede do quarto
Dava dez anos
De vida para te ver voltar
Posso estar farto
De tudo mas nunca me afasto

Da cabana
... ... ...

Da cabana
... ... ..."

José Cid

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sedativo


Hoje vou sair na última paragem, vou chegar já de noite. na rouquidão das folhas que começam a cair. é uma viagem longa que atropela fantoches descobertos pelo tempo. lembro-me de ti sentado a meu lado de sorriso imóvel no rosto.
Hoje vou sair na última paragem, esperar que o comboio parta de n
ovo para me despedir e me reencontrar no cheiro a terra húmida, no céu aberto de estrelas, nas vozes diferentes do povo.
Vou esperar de pernas cruzadas e rever a partida, ficar ali na fronteira entre entranhas minhas deixadas nos carris desde sempre e as novas vísceras que se constroem, se cosem e se rompem transformação de um novelo do amanhã.
Hoje vou sair na última paragem. Hoje vou chegar. Hoje vou partir. Continuo num círculo partirchegarchegarpartirchegarpartirpartirchegar.
Seja a viagem o meu sedativo.

Pormenores

circunstância particular, detalhe.

agarrar o ínfimo num abraço, uma questão de segundos, o momento que é só agora e foge e eu entrego-me numa evasão de vento. detalhes, detalhes fugazes que me enchem de vida, que pintam os sonhos abafados e baços. Agarro um sonho num beijo de boa noite, num copo de vinho frutado que me põe a cabeça a andar à roda, uma cama feita de lavado, uma salada feita do coração, um café de fim da tarde, compras de coentros. detalhes, detalhes. histórias que encontro em cada recanto de coisas que fui, com quem fui, sobre o que fui, são performances invisíveis inertes nas pedras da calçada. Tontura de recordação.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Desabafos ensonados

No passado dia 4 fiz um mês de estágio. Não, não passou rápido. Neste mês aprendi alguma coisa sim, nem que tenha sido uma aprendizagem de auto-controlo dentro de 4 paredes e uma inibição de impulsos numa possível fuga para o exterior. Sinto-me como os putos que vão para a escola e não conseguem estar tanto tempo quietos e sentados na secretária. É deveras complicado. Pedi anti-depressivos à minha mãe mas ela achou que estava a exagerar. Pelo menos tenho o consolo de lhe telefonar de manhãzinha e dizer "Mãe não quero ir" e ela diz "Eu também não" e começamos a enumerar todo o sono que temos, as dores de cabeça, o que nos vai calhar nesse dia para fazer, e uma lista emocionante de coisas que poderíamos fazer se não tivéssemos que ir dar o corpo e a mente ao manifesto. Tenho saudades da minha mãe.
Acho que estou a sofrer uma depressão pós-licenciatura (mais ou menos) aliada com a experiência de um verão invisível. Dói-me o corpo, tenho borboletas na barriga quando me levanto, tenho o pulso direito magoada por causa do rato do computador e da camera, dores nas costas e de certeza uma visão cada vez pior. Além do mais conto os dias para o fim de semana, o que é de facto GRAVE. PIOR só mesmo morrer ao fim do dia e não ter vontade para fazer mais nada além de estar de t-shirt e cuecas deitada na cama. O que eu gostava mesmo era de ter gripe A. Mas acho que já nem os vírus me pegam, já não estou tenrinha.
Também tenho saudades de Viana e das pessoas nortenhas que bebem finos em vez de imperiais e dizem caralhos a torto e a direito.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ondas

Foram 4 dias entre a Zambujeira e a Praia do Amado de tripé e câmara de filmar às costas, uma mochila, calções e chinelos, e um protector solar comprado a correr. Vesti-me de jornalista e acompanhei a vida de miúdas entre entre os 6 e os 18 anos num surf camp. Voltei às inseguranças e sonhos dos 15 anos com uma prancha imaginária. Até ao momento em que quase me obrigaram a pegar num fato e numa prancha e tentar a minha primeira onda. Depois de muito trabalho, de algumas explicações, a sensação de voar por cima de água embalou-me o corpo e a alma e fiquei ali sem me querer despedir da água salgada, dos olhos vermelhos, do sol a queimar-me a cara, das dores no corpo, da magia de apanhar uma onda. E não ser mais nada.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Reencontro

As borboletas na barriga não paravam de esvoaçar em tudo que era bocadinho de corpo. A manhã foi complicada, não conseguia estar sentada nem um minuto. Bebi mil copos de água só para me levantar e esticar as pernas, encher o copo e sentar-me outra vez. Uma mulher gritou-me ao telefone e eu ainda mais nervosa fiquei. Ia caindo mil vezes na calçada portuguesa com os meus sapatos roxos enquanto finalmente caminhava em direcção ao Pingo Doce. Comprei Super Bock fresquinha. O Nuno chegou no carro emprestado e eu só me ria de nervosinho. Destino: aeroporto. As primeiras duas Super Bock bebidas, condução com o joelho.

saltinhos, pontas dos pés a subir e descer, pé em círculos, mexer no cabelo, relógio, voo aterrou, mais saltinhos, mais espera, mais coração a saltar pela boca, esperar... O Nuno a gozar comigo.

e então... finalmente. As mil malas, o chapéu, os casacos na mão, e não poder estar nem mais um segundo longe de ti.

a paisagem, a casa, o edredon que eu adoro, o Bairro Alto, a Adega das Mercês, a cabidela, a conta caralho, o cansaço e o álcool, escadas muitas escadas.


Respirar profundamente sem magoar

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Suspiro profundo

É hoje, é hoje!!! tenho bichos carpinteiros e cócegas na barriga e vontade de saltar e de correr! 3 horas e meia!!!!!!
yeahiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiweeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee