sábado, 31 de julho de 2010

«Meu querido mês de Agosto»

As roupas, a música, o cheiro, a broa, os assados, o ouro, as danças, os bailaricos. No Verão respira-se Portugal. Principalmente no norte.



«A carta que eu te escrevo
Sai-me da palma da mão
A tinta sai dos meus olhos
E a pena do coração.»

quinta-feira, 29 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

«nossa vida é feita
de pequenos nadas»

terça-feira, 27 de julho de 2010

ai

É o calor como nunca ninguém o viu. Aqui!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E eu gosto gosto!!!!

Luz

Os buracos das persianas em jactos de luz inundaram o quarto de madrugada

Páginas


«Que conceito?
O bem conhecido conceito, segundo o qual tudo aquilo que parece real não é real, e tudo aquilo que não parece real é real.»

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ou 8 ou 80

Ou é ou não é, quando é mais ou menos não vale a pena

domingo, 25 de julho de 2010

Cerejas

Encho-me de sangue das cerejas, esguichos nos lábios, no rosto, nas mãos

Extinção

Soprei a parede da casa e caiu.
E de repente todas as fotografias queimadas, os passos apagados, as memórias esquecidas, a voz abafada, os papéis assassinados. Ficou apenas uma papoila no meio do retrato preto e branco. Já sem cor. Mas mais ninguém se apercebeu.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Autoridade cerebral

Quando o pensamento corre a uma velocidade alucinante, quando a cabeça já parece explodir mas teima em pensar mais, amontoar coisas, lembrar-se de outra coisa que leva àquela e à outra, o cérebro devia parar. Podia ligar um dispositivo qualquer e esvaziar. Por um minuto esvaziar tudo. Uma pausa. Uma sensação de morfina. Injectar uma droga e ficar leve. Leve e calmo. Com uma luz suave. Mas não. Nem prestei atenção ao piropo do homem, nem olhei para ele, não sei se era velho ou novo, só vi de relance a carrinha branca que passou pelo meu campo de visão sem eu me virar e ao longe ouvi um daqueles piropos carregados de sotaque nortenho que se não tivesse ecoado tão longe me poderia ter animado o dia. Mas não.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sépia

Quando abri os olhos vi o mundo em sépia. E ele olhou para mim. Alaranjado, avermelhado, amarelado, acastanhado, ado ado ado... E tudo ficou preto. E explosão. E só cores fluorescentes. E tudo preto outra vez. O corpo em curva deitado. A dor subia e descia numa excitação de carrossel. Durante meio segundo a posição parecia confortável mas a dor vinha. Subia aguda numa tortura incontrolável. E eu só desejava um bloco de gesso no corpo todo, numa tentativa de imobilzar a dor que se precipitava. E mais ninguém viu o mundo em sépia.

domingo, 18 de julho de 2010

Cuba


Fui ao paraíso e ao inferno numa atmosfera quente e húmida, sol abrasador e chuvas tropicais, mar em tons de azul, areia fina, pobreza, risos, muita música, muitos corpos em danças visíveis e invisíveis, cheiro a podre, cheiro a desejo, carros antigos, edifícios a cair, merda nas estradas, os turistas, os golfinhos, o mais belo pôr-do-sol, cheiro a morte, cheiro a vida, cheiro a revolución, mojitos e charutos, a lentidão. Castelos na areia, a família ali tão perto, tão bom. E o tempo parou ali.

Fui ao paraíso e ao inferno, e às vezes estavam os dois comigo, ao mesmo tempo.


«Hasta la vista siempre» Cuba.