quinta-feira, 4 de agosto de 2011

uma a uma. as coisas.

uma a uma. as coisas. sem ordem.
pilhas de lágrimas que rasgaram girassóis do meu peito, ciclos de cinema mental já sem espaço na corrente vertiginosa que me tranca nas quatro paredes. abro só mais um pouco a janela.
pensamentos organizados por cores e texturas, ou por cheiros. sobretudo por cheiros porque as imagens desbotam, alteram-se, cravam-se inertes com alfinetes conforme a paisagem interior. e nunca mais encontramos as originais. nunca soube delas. quatro paredes políticas, um tecto e um chão que desejei esticar até chegar ao outro lado, aos outros lados de tudo. visto-me do avesso. os órgãospor fora, a pele cá dentro. ninguém nota ainda bem. órgãos no meio da rua numa epifania de movimentos, palpitações, as artérias em corrida, ossos mecânicos num desatino. o coração ali tão perto. o que significa estar perto. nua de mim, do avesso, passível de esventrar. fora das quatro paredes.
varri-me de lá até ao último suspiro de pó.
uma a uma. as coisas. todas de uma vez.




outra morada de aluguer