segunda-feira, 1 de março de 2010

De olhos azuis

Antes da tempestade que nos deixou sem luz e sem estores vivi uma grande noite. Não me divertia de uma forma tão genuína há algum tempo. Onde as coisas foram acontecendo. Não há ninguém na rua em Viana do Castelo nos dias mais penosos de Inverno. À primeira vista não se vê mesmo vivalma. Estava bem disposta e com muitas saudades destas minhas pessoas nortenhas. Pintei os olhos de azul. Não estavam os meus meninos todos, mas entre o Monte Velho, as coisas que aconteceram, acontecem, vão acontecer, nós, nós a crescer, nós e o mundo, nós e eles, o vento a começar a ouvir-se, a chuva, uma pista só para nós, dançar dançar, finos muito finos, adoro chamar-lhes finos, saboreio as sílabas ao dizer fino. Barbados, Califórnia, Angola, Viana que nos uniu e que nos une, passatempos do Continente, Rússia. baunilha, muita baunilha! e voltar para casa às seis da manhã a cantar já sozinha no carro debaixo da chuva que ameaçava revolta. E eu sorri muito. Esta noite devolveu-me pedaços. O dia seguinte devolveu-me olheiras e cansaço. E uma tempestade como nunca tinha visto. E muita luz das velas.

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