segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sem carteira nem telemóvel

(semana passada)

Entrei na estação, a correr, atrasada, com uma nota de 20 euros no bolso para ser mais rápido na bilheteira. Fila. Pedi para passar à frente. Comprei bilhete. Corri. Mais um segundo e tinha visto o comboio a ir embora. Sentei-,e e respirei. Merda, não trouxe nem telemóvel nem carteira. Que bonito. Depois de muito me auto injuriar achei que não podia fazer nada e ia a caminho do Porto. Mal cheguei procurei uma cabine de telefone. Telefonei à minha mãe não atendeu. O pai atendeu. Mandei-o escrever as minhas indicações: carteira em cima da cama ou no carro, alguém que mande uma mensagem à Ana para ir ter às x horas ao pé do Capa Negra. Vamos lá ver se funciona. Funcionou. Ainda tinha dinheiro (da nota que enfiei no bolso). Correu tudo bem, encontrei a amiga. A mensagem tinha chegado. Uma ideia brilhante surgiu. Um autocarro partia de Viana em direcção ao Porto às 15.15h. Alguém que leve a minha mala ao motorista do autocarro e eu faço-lhe uma espera na Batalha. Vamos lá ver se funciona. Cheguei de bofes de fora à central, pouco passava das 16h. Esperei quase até às 16.30 e vi o autocarro a entrar. Às vezes apanhava aquele para ir para Lisboa. Como sempre (sim, não foi a primeira vez que um motorista da Rede Expresso me salvou a vida) gozou comigo e fez o joguinho de 'ah ninguém me deu nada' mas lá estava a malinha preta. 'Obrigada senhor, salvou-me o dia'. 'De nada menina, disponha!'. Que querido. A minha identidade foi retomada. Não dá mesmo para viver sem dinheiro nem com aquela caixinha que nos põe a toda a hora contactável. É assustador. Mas pior foi estar sem eles.

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