Hoje sentei-me na esplanada, dantes amarela, agora amarela, laranja, vermelha, por curtos minutos. Subi as escadas em caracol, esperei na fila da secretaria durante tempo infinito. Reconheci rostos. Reconheci-nos a nós sobretudo. Os cafés, os cigarros, as cartas, o nervoso antes dos exames, as fartadelas da vida, conversa fiada, tardes boémias que se prolongavam até escurecer, programas combinados, desesperos, alívios, desilusões, surpresas, nós todos, só alguns, mais alguns, saudades de casa, ódio à terra, laços nascidos e crescidos por ali. Tive saudades, tenho saudades. As novas pessoas que vão estudar o mesmo que nós (não estudámos), estão eles em vez de nós. Já não estamos. Os livros na esplanada, os jornais espalhados. Uma volta no ar. Um abrir e fechar de olhos e estou ali sem estar, emaranhada nos recortes daqueles pedaços de vida passados ali.
e volta e passa e vem e vai e encontra reencontra e volta e passa e não volta e repete e remete e volta e passa e dança e alcança e morre e nasce e já não volta e encontra e perde e muda e teme e vai não volta agarra larga e passa e vem e não volta
E amanhã, não vais lá tb? =/
ResponderEliminarComo eram boas essas tardes de pura inocência, de boemia, em que dia de amanha nao me interessava minimamente...nada era importante. Desejo de viver, presente em nossa adolescência, sem nos apercebermos foi-se, como era bom vadiar pelas ruas da minha cidade, em que minha unica preocupação era saber como divertir-me...hoje paro junto ao rio e observo a agua passar, nela consigo ver meu reflexo e recordar muitos desses meus momentos de adolescencia...como eram bons, como era inocente..irrompe agora por meu reflexo uma pequena folha verde...faz parar minha odisseia ao passado e imagino agora rumo desta folha, um destino traçado que com certeza a levará para as aguas daqueles magnificos oceanos...pensar no passado não me conduzirá onde quero chegar, esses dias jamais voltarão, saudades sim, tenho muitas, mas não posso ficar aqui sentado nesta margem a pensar nele...vou seguir esta folha e descobrir onde estas correntes me levarão, nem que para isso não possa voltar...
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